12 de Dezembro
NOSSA SENHORA DE GUADALUPE
No ano de 1531, na colina do Tepeyac, próxima da cidade de México, no território que hoje tem o nome de México, a Virgem Maria manifestou-se a João Diogo Cuauhtlatoatzin, de uma estirpe dos índios nativos, e na sua capa ficou maravilhosamente impressa a sua imagem, que desde então ficou a ser sempre venerada pelos fiéis. Por intermédio deste homem, dotado de uma fé puríssima, a Mãe de Deus e da Igreja chama todos os povos ao amor de Cristo.
A Virgem de Guadalupe: desafio à
ciência moderna
Para o ateu moderno, acostumado a
dar valor só ao que julga provado pela ciência, o milagre de Guadalupe, no
México, é no mínimo constrangedor. Pois a ciência prova que houve milagre!Uma pessoa não totalmente atéia, mas profundamente contaminada pelo
pensamento moderno, dizia-me que aquilo que não é provado cientificamente não
existe. Mas — típica contradição da alma humana — não queria falar do Santo
Sudário de Turim, pois as descobertas científicas sobre ele a abalavam; e se
fosse obrigada a olhar o assunto de frente, teria de negar o valor da ciência
ou... converter-se.(ValdisGrinsteins)
Vejamos o
problema do ponto de vista desses amantes indiscriminados da ciência. Para
eles, tudo aquilo que não se demonstra em laboratório entra para o domínio da
fantasia. Ciências, com C maiúsculo, são para eles a Física, a Química, a
Biologia, etc. Já a História lhes parece suspeita, pois é irrepetível e muito
subjetiva, ao depender de testemunhas. Muito mais ainda se for história
eclesiástica, e o auge do suspeito lhes parecem as histórias dos milagres. São
como o Apóstolo São Tomé, que precisou ver para crer. Para esse tipo de almas
incrédulas, que havia até entre os Apóstolos, Nosso Senhor realiza certo tipo
de milagres, de forma que não possam alegar a falta de provas. E uma dessas
provas é a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México.(1)
Breve resumo da história
Nossa Senhora de Guadalupe |
No dia 9
de dezembro de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao nobre índio
Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego — e
pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua
honra. Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo exigiu alguma prova de que
efetivamente a Virgem aparecera. Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa
Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as
quais Juan Diego devia levar ao bispo. Este o fez no dia 12 de dezembro,
acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras
pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada
no manto. Muito resumidamente, esta é a história, que foi registrada em
documento escrito. Se ficasse só nisso, facilmente poderiam os céticos dizer
que é só história, nada há de científico.
Os
problemas para eles começam com o fato de ter-se conservado o manto de Juan
Diego, no qual está impressa até hoje a imagem. Esse tipo de manto, conhecido
no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há
muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da
imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas
fibras de maguey da original. Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em
quinze anos. O manto de Guadalupe tem hoje 475 anos, portanto nada deveria
restar dele.
Uma vez
que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por
exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem. Comecemos pela pintura.
Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse
três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para
surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal,
nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos. “Erro do
cientista” — poderia objetar algum cético. Difícil, respondemos nós, pois o Dr.
Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938.(2) Além do mais, ele não era
católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.
No dia 7
de maio de 1979 o prof. Phillip SernaCallahan, biofísico da Universidade da
Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam
verificar se a imagem é uma fotografia. Resultou que não é fotografia, pois não
há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para
verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao
manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma. Para os
céticos, outra complicação: verificaram que, ao aproximar os olhos a menos de
10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.
Convém
ter em conta que ao longo dos tempos foram pintadas no manto outras figuras.
Estas vão se transformando em manchas ou desaparecem. No caso delas, o material
e as técnicas utilizadas são fáceis de determinar, o que não acontece com a
imagem de Nossa Senhora.
Os olhos da imagem
Talvez o
que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são
os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué
Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer
as surpresas. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito
pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de
apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! O cientista
José AsteTonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e
especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos
quais essas imagens não podem ser obra humana:
•
Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura
maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;
• Em
segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para
formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe
como foi estampada no manto de Juan Diego;
• Em
terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada
uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou
direito da Virgem.
Esse
engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da
Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas,
a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio Juan Diego abrindo
sua tilma e mostrando a imagem da Virgem. Qual o tamanho desta imagem? Um
quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes.
Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no
século XVI...
Tentativa de apagar o milagre
Assim
como meu conhecido não desejava falar do Santo Sudário, outros não querem ouvir
falar dessa imagem, que representa para eles problemas insolúveis. O anarquista
espanhol Luciano Perez era um desses, e no dia 14 de novembro de 1921 colocou
ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma
potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente
danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo
como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano
algum.
E ainda
ela está hoje ali, no templo construído em sua honra, assim como uma vez esteve
Nosso Senhor diante do Apóstolo São Tomé e lhe ordenou colocar sua mão no
costado aberto pela lança. São Tomé colocou a mão e, verificada a realidade,
honestamente acreditou na Ressurreição. Terão essa mesma honestidade
intelectual os incrédulos de hoje? Não sei, porque assim como não há pior cego
do que o que não quer ver, não há pior ateu do que o que não deseja acreditar.
Mas, como católicos, devemos rezar também por esse tipo de pessoas, pedindo a
Nossa Senhora de Guadalupe que lhes dê a graça de serem honestas consigo
mesmas.
Nossa Senhora de Guadalupe |
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